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Câncer de laringe: álcool e tabaco são os principais inimigos

Em 1º de julho teve início a Campanha Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, conhecida como Julho Verde. O câncer de cabeça e pescoço é a quinta neoplasia mais comum no mundo. A incidência global chega a 780 mil novos casos por ano. O câncer da laringe (pregas vocais ou cordas vocais) corresponde a 25% dos tumores diagnosticados nessa região e 2% de todas as doenças malignas. Segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer, em 2015 foram registrados no Brasil 6.870 casos de câncer de laringe em homens e 770 em mulheres. Em 2016, foram computados cerca de 7.350 novos casos, sendo 6.360 em homens e 990 em mulheres.

A ocorrência pode ser na laringe supraglótica, na glote e ou na subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e 1/3 na laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide. Estudos apontam que há uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o tabagismo com o desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores, sendo o tabagismo o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe.

“O álcool e o tabaco são os maiores inimigos da laringe. Fumantes têm 10 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de câncer. Em pessoas que associam o fumo e bebidas alcoólicas, esse número sobe para 43. Má alimentação, estresse e mau uso da voz também são prejudiciais”, explica o médico cirurgião de cabeça e pescoço Erivelto Volpi, membro do Comitê Internacional da Campanha Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço da International Federation of Head and Neck Oncologic Societies.

O sintoma mais comum é a rouquidão persistente e sem causa aparente. “A rouquidão proveniente de tumores é diferente da rouquidão relacionada ao esforço vocal ou à laringite ligada a processos gripais, pois não vem acompanhada de febre ou dor, é progressiva e persiste”, alerta Erivelto.

Caso não haja tratamento na fase inicial do câncer, a rouquidão pode evoluir para dor durante a deglutição (ato de engolir) e falta de ar. Na fase mais avançada, podem aparecer nódulos no pescoço.

De acordo com a localização e a extensão do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais, já que a terapêutica dos cânceres da cabeça e do pescoço pode causar problemas nos dentes, fala e deglutição. A laringectomia total (retirada da laringe) implica na perda da voz fisiológica e em traqueostomia definitiva (abertura de um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe).

“Como a preservação da voz é importante na qualidade de vida do paciente, algumas vezes a radioterapia pode ser empregada primeiro, deixando a cirurgia para o resgate, quando a radioterapia não for suficiente para controlar o tumor”, esclarece Erivelto Volpi.

Principais sintomas do câncer de laringe:

– Alterações na Voz e Rouquidão não associadas à processos gripais;

– Ferida na garganta que não cicatriza;

– Tosse constante;

– Dor ao engolir;

– Dor de ouvido;

– Dificuldade para respirar;

– Perda de peso;

– Nódulo ou massa no pescoço.

Fonte: Erivelto Volpi é membro do comitê científico internacional da Campanha Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (Julho Verde), da International Federation of Head and Neck Oncologic Societies. Médico da Disciplina de Cirurgia de Cabeça do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor da disciplina de cirurgia de cabeça e pescoço da UNINOVE.

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